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Aloha

Ano: 2015

Realizador: Cameron Crowe

Actores principais: Bradley Cooper, Rachel McAdams, Emma Stone

Duração: 105 min

Crítica: Há cerca de um ano, quando li que Cameron Crowe estava prestes a lançar um novo filme (algo que já não acontecia há quatro anos, desde ‘We Bought a Zoo’, 2011) fiquei contente e interessado. Sempre gostei dos filmes deste antigo jovem repórter da cena musical dos anos 1970 (cujas experiências semi-autobiográficas são retratadas em ‘Almost Famous’, 2000) que se tornou argumentista de filmes de adolescentes nos anos 1980 (como ‘Fast Times at Ridgemont High’, 1982) e finalmente desembocou em realizador de dramas cómico-românticos. E sempre gostei das suas obras pois, apesar de uma leveza e um comercialismo simpático inerente (o que portanto nunca o levarão a ser aceite como um grande artista cinematográfico na comunidade pseudo-crítica), os seus filmes, híbridos do cinema independente e do cinema de estúdio, são ricos em naturalidade e alegria contagiante. Mais ainda, estão cheios de personagens que nos seduzem porque podiam ser os nossos amigos ou os nossos vizinhos, e contêm sempre uma ponta de fantasia; a fantasia necessária para, quase paradoxalmente, acreditarmos e sentirmo-nos inspirados por estas cartas de amor ao romance, à middle américa, e à cultura folk americana, enraizadas nas bandas sonoras e nas ricas referências visuais que todos os seus filmes contêm.

Cameron Crowe é o homem que nos deu ‘Singles’ (1992), ‘Jerry McGuire’ (1996), ‘Vanilla Sky’ (2002) e principalmente ‘Elizabethtown’ (2005), uma obra-prima que para mim é a melhor comédia romântica da década de 2000. Com momentos que descrevi nas minhas notas como “pura poesia visual”, “descartar ‘Elizabethtown’ como um romance de Hollywood com duas caras bonitas da moda é ter uma visão superficial e extremamente redutora do filme. Imergir no seu universo, por outro lado, é mergulhar numa enorme celebração emocional, é sentir a viagem destas personagens como se fosse a nossa própria viagem, é abrir o nosso coração de novo para as coisas que são realmente importantes. Só os grandes filmes nos permitem isso, e este é um grande filme. O amor é uma viagem, diz a tagline do filme. A vida também. E em ‘Elizabethtown’ celebramos ambos, num filme verdadeiro e duradouro”. ‘We Bought a Zoo’ (2011), o seu filme seguinte, pode ser uma versão menor, de trazer por casa, desta temática, uma comédia romântica simpática mas mais descartável, mas como podemos não prestar atenção a novas obras de alguém que nos deu tanta magia e tanto prazer cinematográfico, com tanta simpatia e dedicação?

"Sempre gostei das obras de Cameron Crowe (...) Os seus filmes, híbridos do cinema independente e de estúdio, são ricos em naturalidade e alegria contagiante (...) e contêm sempre uma ponta de fantasia; a fantasia necessária para, quase paradoxalmente, acreditarmos e sentirmo-nos inspirados por estas cartas de amor ao romance, à middle américa, e à cultura folk americana"

Por isso mesmo, e após ter visto o seu documentário sobre os vinte anos de Pearl Jam; ‘PJ20’ (2011), o único produto que lançou entretanto, aguardei pacientemente, ano após ano, por um novo Crowe. E 2015 prometia ser esse ano. Contudo, a data de estreia do filme, quer na América, quer na Europa, começou a ser continuamente adiada, mês após mês. E o cinéfilo mais atento às notícias cedo se apercebeu porquê e, se for como eu, cedo abanou a cabeça de total e completa incredulidade. O filme foi criticado severamente por um único motivo. Não pela sua história, não pela sua qualidade cinematográfica, não pelas suas actuações, não pela sua fotografia. O filme foi alvo de um ataque constante e persistente pelo lobby da Media Action Network for Asian Americans (MANAA) porque, passando-se no Havai, tinha muito poucas personagens de origem asiática ou havaiana. Mas, pior, a personagem de Allison Ng, uma descendente de Havaianos, era interpretada por uma branca; Emma Stone. Por amor de Deus, isto é ridículo. Para começar, os senhores da MANAA argumentam que só há 30% de brancos no Havai. Ok, e então? Porque é que o filme não pode ser sobre meia dúzia de famílias destes 30%? ‘The Descendents’ (2011) era e ninguém o criticou, inclusive até o nomearam para os Óscares. Principalmente, passando-se ‘Aloha’ no seio de uma base do exército, será de supor que muitos dos soldados foram simplesmente relocalizados para lá com as suas famílias e são de outros pontos da América. Na única cena fora deste meio, as personagem realmente falam com Havaianos nativos, portanto qual é o problema?!

Talvez por isso, o ataque foi principalmente centrado em Emma Stone e na sua personagem, o que levou inclusive Cameron Crowe a fazer um pedido de desculpas oficiais pelo casting. Mas de novo isto é ridículo. A personagem é, como se diz inúmeras vezes no filme, apenas um quarto Havaiana, do lado do pai. A sua mãe é sueca. Não poderia um pai havaiano e uma mãe sueca ter gerado Emma Stone, com os seus olhos cerrados e a sua pele clara? Podia. Claro que podia. Portanto, qual é o mal?! Ou deveríamos também criticar o casting, dizendo que, já que a mãe da personagem é sueca, então deveria ter sido interpretada, não por Emma Stone, mas por Alicia Vikander?! Como disse Chris Rock nos Óscares, é porque não há verdadeiros problemas nas suas vidas que as pessoas gastam tempo e energia a arranjar estes motivos de discórdia…

Tenho pena dessas pessoas. Mas também tenho pena de Crowe e do seu filme. A crítica foi tão grande que o filme foi um fiasco redondo de bilheteira (de um orçamento de 37 milhões só arrecadou 26 milhões), e teve uma projecção internacional quase nula. Quando finalmente chegou à Europa, o filme teve uma distribuição tão limitada que na maior parte dos países saltou o cinema e foi directo para streaming ou para DVD, embora, de novo, eu acho que isto tenha sido uma manobra algo estúpida. Diga-me, caro leitor, se acha que um conjunto de jovens de liceu portugueses, numa sexta à noite, a irem ao cinema e ao escolherem o filme cinco minutos antes de comprarem o bilhete, ao verem um cartaz que diz “Do realizador de ‘Jerry McGuire’ e ‘Elizabethtown’” e ao verem o elenco de Bradley Cooper, Emma Stone e Rachel McAdams, não iriam facilmente escolhê-lo?! Iriam, iriam certamente! Não se iam pôr a pensar em supostas controvérsias raciais das quais nunca ouviram falar! O filme pode ter sido dizimado na América, mas na Europa, onde só os cinéfilos mais dedicados souberam desta questão, o apelo do seu realizador e dos seus actores numa ‘comédia romântica’ de certeza que permitiria ao filme, pelo menos, recuperar o dinheiro investido. Numa era de centros comerciais e multiplexs a oferta gera a procura e não vice versa. Era só terem posto o filme nos cinemas. Mas não o puseram, ou puseram-no com uma distribuição limitada, e portanto o filme morreu, caiu no esquecimento e pessoas que o queriam ver, como eu, tiveram de esperar meio ano para que surgisse no mercado caseiro.

"O filme foi criticado severamente (...) não pela sua história, não pela sua qualidade cinematográfica, não pelas suas actuações, não pela sua fotografia (...) mas porque uma descendente de Havaianos era interpretada por uma branca; Emma Stone. Por amor de Deus, isto é ridículo (...)  Tenho pena dessas pessoas. Mas também tenho pena de Crowe e do seu filme. A crítica foi tão grande que o filme foi um fiasco redondo de bilheteira"

Pois bem, agora que já desabafei sobre este tema, vamos falar sobre o filme em si, algo que poucos fizeram. Quando iniciei a visualização do filme no sábado passado, o genérico inicial imediatamente me catapultou para o universo de Crowe, e isso foi logo excelente. Com um misto de memórias de infância ao estilo handycam, velhas imagens televisivas e uma banda sonora típica de pop-rock clássico americano, Crowe introduz-nos a personagem de Brian Gilcrest (Bradley Cooper). Em criança o espaço fascinava-o e sonhava ser astronauta, um sonho que perseguiu até ser piloto aerospacial do exército. Contudo, e com o declínio do programa espacial e o aparecimento dos privados multimilionários, Brian acabou por se tornar um pau de toda a obra de um guru das telecomunicações e dos satélites privados, Carson Welch (um Bill Murray ao estilo clássico, pelo menos inicialmente). Percorrendo o mundo fazendo negócios para Welch, Brian comete um grande erro em Kabul e acaba ferido, o que o deixa fora de “jogo” durante uns tempos e nas más graças do patrão.

Após o próprio Brian nos contar isto em voz off ao longo do genérico (um artifício usual de Crowe, embora geralmente o abandone no final do enquadramento, tal como acontece aqui), o filme abre com o regresso de Brian uns meses depois; um regresso a vários níveis. Regresso emocional de um homem agora mais amargo, mais cínico, depois da caída em desgraça, à procura de uma nova oportunidade para se provar. Regresso aos negócios, para fazer um acordo com o rei dos nativos havaianos para a relocalização de um cemitério sagrado de forma a que se possa construir nesse terreno um centro espacial privado, financiado por Welch. Regresso ao Havai e ao seio do destacamento militar com o qual anteriormente já fez negócios de sucesso. E finalmente o regresso amoroso, ou pelo menos o reencontro dessa chama. Mal aterra, Brian encontra na pista as duas mulheres que constituirão com ele o triângulo amoroso deste filme. A primeira é Tracy (Rachael MacAdams, que com ‘Passion’, ‘To the Wonder’ e ‘Spotlight’ já deixou de ser uma cara bonita para passar a ser uma boa actriz), a sua ex-namorada que nunca esqueceu (e que, como se vê, também não o esqueceu a ele), agora casada com um mais morno e taciturno militar interpretado por John Krasinski, de quem tem dois filhos. Ou melhor, como o filme logo estabelece numa espécie de segredo mal contado, a mais velha poderá ser filha de Brian. Será mesmo? Ao longo do filme, as pistas vão se fáceis de seguir, quer para o espectador, quer para as personagens.

A segunda é uma jovem militar que é destacada para acompanhar Brian durante a sua estadia. Quem mais? Precisamente a Allison interpretada por Emma Stone, fonte de toda a polémica. Sinceramente, a criticá-la, deveria ser pelo facto de a sua personalidade, algo chata inicialmente mas sempre de uma forma ternurenta, e a forma imbuída de mística e serenidade com que Crowe a filma, serem extremamente parecidas (para não lhes chamar iguais) ao excelente papel de Kirsten Dunst em ‘Elizabethtown’. Aliás, o romance que se desenvolve entre um cínico Brian, desencantado com a vida, e Allison, cheia de vida e em comunhão com a natureza, particularmente com as lendas e os espíritos havaianos (ao contrário do que aparenta ser nas suas cenas iniciais, um contraste nunca bem explicado), parece uma cópia menor do romance entre Orlando Bloom e Kirsten Dunst em ‘Elizabethtown’, o que tira alguns pontos ao filme.

"O romance que se desenvolve entre um cínico Brian, desencantado com a vida, e Allison, cheia de vida e em comunhão com a natureza (...), parece uma cópia menor do romance entre Orlando Bloom e Kirsten Dunst em ‘Elizabethtown’, o que tira alguns pontos ao filme. (...) Para além disso, muito estranhamente (isto é, para um filme de Crowe) há muita pouca cor local na história e nos enquadramentos."

Para além disso, muito estranhamente (isto é, para um filme de Crowe) há muita pouca cor local na história e nos enquadramentos. Isso era o que os senhores da MANAA deveriam ter criticado. Sim, quando Brian chega põem-lhe uma coroa de flores ao peito, a filha de Tracy tem aulas de dança havaiana, o filho mais novo de Tracy compara a chegada de Brian a uma velha lenda havaiana (que metaforicamente vai provando concretizar-se ao longo do filme), e Allison fala muito das lendas e dos espíritos das ilhas. Mas isto ocorre sempre na fachada, nunca na essência. Nunca sorvemos o ambiente, nunca sentimos o clima, as paisagens e a mística do Havai, ou pelo menos, Crowe nunca conseguiu pô-la muito bem na tela, já que todas as cenas relevantes para a história se passam ou no hotel onde Allison e Brian estão hospedados, ou na base militar ou na casa de Tracy. Há pouca a noção do outdoor americano que Crowe tão bem conseguiu captar noutros filmes, como por exemplo a brilhante sequência da viagem final de Orlando Bloom pelo interior da América em ‘Elizabethtown’.

Neste menos conseguido enquadramento, a história desenrola-se a ritmo certo, seguro, mas de certa forma previsível à medida que todos procuram a sua própria redenção. No amor, Brian tenta gerir as suas emoções no novo romance com Allison à medida que se reaproxima de Tracy e recorda o motivo pelo qual se separaram há tantos anos. No trabalho, Brian sabe que ao seu patrão apenas interessa o lucro, independentemente da destruição dos valores naturais. Se até então pouco se importava com isso, com a catarse que a vinda para o Havai e o novo romance proporciona, vai começar a questionar as suas prioridades…

Nem uma nem outra vertente são propriamente uma novidade, e são um tema recorrente no cinema de Crowe. Contudo, é incrível notar o fosso de qualidade que existe entre elas, tornando o filme numa mistura estranha, difícil de definir, e portanto difícil de apelar ao espectador usual (a segunda grande justificação para o ‘fiasco’). Por um lado, confesso que gostei da parte ‘romance’, que contém uma leveza, uma simpatia, uma honestidade real como só Crowe sabe escrever. Aqui, vai ser isso que mais nos vai prender ao filme e à história. A personagem de Allison é sem dúvida a pior construída das três e, tal como a personagem de Dunst em ‘Elizabethtown’, o seu fascínio intrínseco esconde uma notória falta de propósito como pessoa, a não ser ser o objecto de afecto e a transmissora de karma positivo à outra personagem deprimida. Contudo, quer o Brian de Bradley Cooper, quer a Tracy de McAdams estão muito bem conseguidos, sentimos o peso da sua relação passada e a forma como isso permite que ambos façam as pazes com o futuro. E à sua volta, o filme é rico em pormenores Crowescos, não necessariamente cómicos, mas que nos envolvem na familiaridade do seu universo. A relação problemática de Tracy com o seu marido de poucas palavras, por exemplo, é uma obra prima da subtileza emocional, que desemboca numa cena hilariante, mas sincera; a ‘bro talk’ sem diálogos (mas com legendas!). É hilariante mas é emocionalmente profunda, e é isso que é relevante.

"Por um lado, confesso que gostei da parte ‘romance’, que contém uma leveza, uma simpatia, uma honestidade real como só Crowe sabe escrever (...) Por outro lado, a história que conduz e justifica o filme é bastante desequilibrada, não se enquadra de todo com a aura que o romance proporciona, e atinge pontos de quase surreal incredulidade."

Mas por outro lado, a história que conduz e justifica o filme é bastante desequilibrada, não se enquadra de todo com a aura que o romance proporciona, e atinge pontos de quase surreal incredulidade. A história inclui um plano ao estilo vilão-de-James Bond que consiste em secretamente enviar uma arma nuclear escondida num novo satélite que vai ser posto em órbita. A sério?! Isto permite incluir uma ridícula introdução de efeitos especiais aquando do lançamento do foguetão e vistas do satélite no espaço, tão fora do estilo Crowe (quase faz lembrar quando Malick pôs dinossauros em ‘Tree of Life’!), e desemboca numa cena climática ainda mais ridícula numa improvisada sala de controlo onde Brian irá ter de escolher entre o passado e o futuro, entre o seu trabalho mercenário e fazer a coisa acertada, e entre a amargura da solidão e a sua paixão por Alison. Não vai ser uma escolha difícil.

No final, ‘Aloha’ tem do melhor e do pior e é este desequilíbrio que mata um pouco o filme, mas não se pode dizer, nem de perto nem de longe, que é um filme para descartar e nunca ver. No universo dos romances de Cameron Crowe, está bastante abaixo de ‘Jerry McGuire’ e ‘Elizabethtown’, mas está acima do seu último trabalho ‘We Bought a Zoo’. O triângulo amoroso está muito bem desenvolvido, as caras bonitas destes actores da moda têm talento por detrás, e, juntamente com os restantes secundários (Alec Baldwin, Danny McBride) demonstram o seu prazer em trabalhar para Crowe com um misto de naturalidade e intensidade dramática que no final desemboca sempre num sorriso. Contudo, é uma história que não se cinge à fórmula clássica da redenção e do recomeço, usando o amor como catalisador, com elementos q.b. de comicidade. O filme parece sempre desconfortável quando se afasta das cenas do romance cómico-dramático para introduzir outros elementos, e os próprios actores não parecem muito convictos desse material. O que poderia ter sido uma história simples mas de profundas ramificações emocionais, com a mística do Havai como pano de fundo, acaba por ser numa obra desconexa e atabalhoada, sem cor local, que abafa o ‘romance’ com elementos tão díspares (e misturados sem grande critério) como mensagens ambientais, conspirações militares, crítica social (os senhores da MANAA certamente terão reparado que Crowe critica o tratamento dos Havaianos nativos) e as velhas lendas nativas.

Como nas melhores obras de Crowe, a verdadeira profundidade do filme é sentida e não dita, e as suas melhores cenas são contadas visualmente. Contudo, Crowe é talvez demasiado confiante nesta abordagem, e por isso perde credibilidade. Se nos rimos na cena da ‘bro talk’ já sentimos um pouco mais de desconfiança na forma estranha como a questão da paternidade é resolvida, por exemplo. E que provas há sobre a tal conspiração das armas?! Uma premonição de Alison se percebi bem. Em ‘Aloha’, as coisas acontecem apenas porque está escrito no argumento, sem grandes causas nem consequências, e as personagens parecem saber, constantemente, coisas que nunca foram ditas. Isto só faz com que percam a sua convicção na óptica do espectador. O filme tem bastante subtileza e possui energia de sobra. Mas falta-lhe discernimento e charme na forma como conta a sua história.

"O que poderia ter sido uma história simples mas de profundas ramificações emocionais, com a mística do Havai como pano de fundo, acaba por ser numa obra desconexa e atabalhoada que abafa o ‘romance’ com elementos como mensagens ambientais, conspirações militares (...) e as velhas lendas nativas. (...) O filme tem bastante subtileza e possui energia de sobra. Mas falta-lhe discernimento e charme na forma como conta a sua história."

Este não é sem dúvida o melhor trabalho de Crowe, mas também descartá-lo por questões étnicas é completamente patético. Se o leitor achar que consegue aguentar ver um filme com Emma Stone a fazer descendente de um havaiano e uma sueca (que escândalo!), então porque não dar uma oportunidade a esta história? No universo de comédias românticas americanas com profundidade, poucos conseguem fazê-lo, nos dias de hoje, melhor do que Cameron Crowe. Um trabalho menor seu, como é o caso, está mesmo assim muito acima das usuais baboseiras que estreiam semana sim, semana sim, nas salas de cinema. Se James L. Brooks há muito perdeu o gás, se Judd Apatow consegue ser cómico mas não poético, Crowe ainda tem o que é preciso. Em ‘Aloha’ foi talvez demasiado ambicioso, ou demasiado desleixado. Um dos dois, ainda não me consegui decidir. Mas isso não implica que não volte com mais e melhor, daqui a um par de anos. E nós estaremos cá, à espera.

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Miguel. Portuense. Nasceu quando era novo e isso só lhe fez bem aos ossos. Agora, com 31 anos, ainda está para as curvas. O primeiro filme que viu no cinema foi A Pequena Sereia, quando tinha 5 anos, o que explica muita coisa. Desde aí, olhou sempre para trás e a história do cinema tornou-se a sua história. Pode ser que um dia consiga fazer disto vida, mas até lá, está aqui para se divertir, e partilhar com o insuspeito leitor aquilo que sente e é, quando vê Cinema.

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